terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Avancei um Degrau

Olhei, olhei, voltei a olhar. Hoje não é dia 13 mas então qual foi a explicação mais credível para o dia me ter corrido mesmo mal?
Eu sou muito supersticiosa, sou aquela rapariga que bate na madeira três vezes quando pensa em algo mesmo mau, que   desenha uma cruz com os pés sempre que anda no sentido inverso e que acredita que nos dias '13' algo de horrível acontece no mundo. 
E claro que todos os dias acontecem catástrofes pelo mundo, crianças mortas, jovens suicidas, mulheres vítimas de violência doméstica, homicídios, assaltos, bullying, abuso sexual. 
O lado do mundo mais obscuro; mas nos dias '13' acontece algo de mal mas não suficiente mau para se juntar ao lado obscuro. 
É tal como um julgamento, o lado bom e do perdão, o lado horrível e da culpa e depois existe aquele intermédio que são as más ações que ocorrem apenas para dar uma pequena lição de vida ao inexperiente. 
Hoje eu deixei o meu pequeno (grande) orgulho se apoderar dos meus pontos mais fracos, a minha mente e o meu coração. Claro que com um mau ato vêm sempre más consequências; hoje eu descobri que o Hugo tem namorada. 
Hugo esse que é, provavelmente, o ícone daqueles rapazes morenos, bem apresentados e com um sorriso simpático. 
Estavam os dois nas escadas a impedir a passagem para o piso de cima; quando tocou para fora da aula, eu desci as escadas e o meu orgulho disse: 'não pises esse degrau, está amaldiçoado.' 
Tal fui eu a egocêntrica de seguir os conselhos do galã que habita algures na minha cabeça que quando dei por mim já estava aterrada de rabo no chão a processar que as pessoas que passavam, olhavam, riam e continuavam a andar. 
Embaraçada, fui para o pavilhão de ginástica. Talvez conseguisse, na corrida de aquecimento livrar-me de parte do meu orgulho porque, e completamente impossível, livrar-me dele todo, por muito que eu quisesse. Novamente a campainha tocou e eu e Isabel saímos do pavilhão. Não demorei muito tempo a perceber que não tinha o meu telemóvel, voltei para dentro, vermelha, aflita, já a misturar as coisas que estavam a acontecer, já ouvia os risos das pessoas quando cai, via o sorriso dele quando me viu a chorar, a mão dele a percorrer a face. Não a minha, a dela. 
No balneário perguntei se alguém tinha visto um iphone preto, e uma rapariga avistou imediatente, um, no chão, debaixo do banco. Deve ter caído. 
Que lição é que aprendi? 
Nunca mais avançar um degrau, talvez esse te possa fazer falta para conseguires subir outro.

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