sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Já segui, digo.

Quando o teu braço quente me aconchega o pescoço e me aperta, sem doer, talvez um medo miudinho passa pelo meu estômago para se dirigir para o coração, mas é algo leve. Quando te baixas e me olhas nos olhos por seres mais alto e depois, sorris e tudo acalma.

É verdade, está quase a chegar o dia de São Valentim.
O normal estado de espírito de uma adolescente atrapalhada seria esperar até domingo ou já estar a preparar cartinhas e postais para entregar na segunda ao seu mais-que-tudo. Como prometi não ser uma adolescente atrapalhada, estou a tentar ser o mais racional possível, a tentar separar o bom de uma ilusão do bom que realmente aconteceu e o mau da minha mente do mau que me podia ter escorregado pelos dedos, mas que não escorregou.
Estou muito anciosa por segunda-feira porque as últimas palavras que o Tiago me disse foram:
-Segunda tenho de te mostrar uma coisa. - Disse com a chuva a escorregar-lhe pelo carapuço.
-O quê?
-Segunda vês.
Estou-me a matar de curiosidade para saber o que será.
Como não podia faltar falar do outro assunto, queria finalmente declarar que estou-me a tentar abstrair do Hugo e também sei que visto de um ponto exterior a minha vida parece simplesmente um conto de fadas e que eu não passo de uma personagem perdida algures. Quero deixar claro que sou madura e que se estou confusa é porque tenho mesmo razões para tal. Talvez não compreendam.
Como se diz "Só quem sente é que percebe". De qualquer das formas, distanciei-me do Hugo por completo e acho que já atravessei a terrível fase de negação. Vou seguir em frente. Já segui.



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